Todos os dias, reúno forças escondidas nas frestas de mim para encarar a rotina , vestir o corpo e cruzar a porta. Mas hoje… hoje o cansaço ...

Eu estou tão cansada

Blog papo de amiga

Todos os dias, reúno forças escondidas nas frestas de mim para encarar a rotina, vestir o corpo e cruzar a porta. Mas hoje… hoje o cansaço tem outro nome, outro peso. Não é o simples esgotamento do corpo; é a exaustão da alma. Estou cansada da mesmice que se arrasta, silenciosa, repetida. Das mesmas faces, dos mesmos lugares, das mesmas discussões, das mesmas sensações — sempre as mesmas, sempre tão previsíveis.

E então, aquela antiga vontade adormecida despertou com fúria: vontade de colocar a vida inteira numa mochila e partir… partir sem destino, apenas com o desejo de me perder e me encontrar em cada pedaço desse mundo vasto e tão pouco vivido. Ela voltou forte, latejante, rasgando o tempo e os planos, exigindo espaço dentro de mim.

Quero sentir o sol de outros céus, atravessar paisagens que nunca imaginei, fazer da vida uma aventura sem mapas, sem amarras. Seguir… simplesmente seguir, deixando para trás tudo o que pesa, o que prende, o que sufoca. Não olhar para trás, não me deter por quem ou pelo que já não me impulsiona.

Anseio pela liberdade plena, essa que não se explica, nem se mede. Liberdade de ser, de ir, de não ter que ficar.
E sei… sei que há tanto tempo não peço nada ao universo, talvez porque, em silêncio, eu tenha aceitado que ele se esqueceu de mim. Mas hoje, hoje eu me atrevo:
Peço coragem.
Peço ousadia.
Peço que me empreste o ímpeto necessário para romper a zona de conforto, esse cárcere invisível que me torno todos os dias.

Quero, enfim, viver a vida que sempre desejei. Fazer da estrada o meu lar, do céu o meu teto, do horizonte a minha promessa. Quero que cada dia seja um capítulo novo, uma história inédita, escrita com os pés, o coração e a alma.
Quero viver, não apenas existir.

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