Nós não podemos ser apenas amigos

Parece clichê, mas não existe frase que melhor defina este momento que nos encontramos. Amigos é raso demais para descrever tudo o que somos um para o outro e eu não aceito estar nesta condição. 

Nós não podemos ser apenas amigos porque a cumplicidade que temos é surreal e eu não poderia escolher alguém melhor para ser meu companheiro de crimes.

E que história é essa de “apenas amigos”? Nós nunca mais encontraremos essa sintonia que nos cerca em outras pessoas, afinal, quem mais te acompanharia nas fugas da madrugada, dirigindo em alta velocidade e cantando músicas de forma estridente?

E não dá pra ser apenas amigos se nossos ficantes, rolinhos – ou sei lá o nome que deem hoje em dia – surtam quando veem nossos nomes na tela do celular. E se existe algo que não suportamos é ciúme.

E não me venha me chamar de amiga quando já me viu despida de todas as maneiras. Não apenas sem roupa, mas sem minha armadura de mulher forte, sem a maquiagem que tapa minhas olheiras, sem minhas roupas caras e extravagantes que me fazem parecer confiante.

Você também já me viu comendo pizza no seu sofá, chorando no meu banheiro e com aquela sua camiseta velha da Harley-Davidson que nós adoramos, e isso é muita intimidade para sermos apenas amigos.

Não me venha com essa de “apenas amigos”, porque esse clima que rola quando nos encontramos, não é coisa de amigos. E sei que nunca sentirei toda essa tensão com mais ninguém.

Não ouse me chamar de amiga, por que amigos não se amam como a gente se amou. E tenho a certeza que nunca amarei mais ninguém com essa intensidade.

Eu sei que agora não somos nem amigos, mas isso não me impede de te deixar gravado mais uma vez em uma história.