Me apaixonei por um Marquês

Londres, Inglaterra.

Dias de glória da era Vitoriana.

Os dias cinzentos sempre foram meus favoritos. Para a maioria das pessoas esses dias são tristes, mas para mim a chuva e a neblina me conectavam à natureza e a mim mesma, e foi em um dia como esse que você chegou.

Chovia torrencialmente naquela tarde e, claro, estava observando a chuva pela janela, minha respiração embaçou o vidro e comecei a fazer pequenos formatos, coisa de criança, eu sei. Mas foi através do olho da minha carinha feliz que eu vi você. Mesmo encharcado e quase não podendo te ver direito meu coração acelerou, por que? Sinceramente eu não sei, mas uma agitação tomou conta do meu íntimo quando em um belo garanhão negro você chegou à minha casa e bateu em minha porta.

Por detrás da porta de minha saleta tentei ouvir o que você falava com o mordomo, mas sem sucesso. A curiosidade era enorme, mas as regras de etiqueta me impediam de correr para saber o que acontecia.

Na hora do jantar desci com tal entusiasmo que chegava a ser estranho, confesso que me senti um pouco decepcionada quando entrei na sala de jantar e só vi meus pais, mas a decepção passou quando vi quatro lugares à mesa.

Estava de costas para a porta, mas senti quando você entrou. Então, finalmente consegui te ver, presença marcante, alto, sorriso contagiante, olhar intenso, cabelos pretos espessos e me deixando totalmente em dúvida, pois jamais acreditei em amor à primeira vista.

Quando meu pai o apresentou a mim e você beijou minha mão, uma corrente elétrica dançou no meu interior, quando seus olhos cor de mel encontraram os meus fazendo com que o tempo parasse ao nosso redor, eu soube. Me apaixonei por um marquês, me apaixonei pelo marquês de Kent.